Até quando esperar???

Coloquei a foto dele de papel de parede do meu computador. Como se eu fosse esquecer do seu rosto.

E, juro, não sei o que é pior. Ficar sem vê-lo ou encontrá-lo numa situação assim, em que não podemos conversar.

Na hora de ir embora, um bolo na minha garganta: "Fica!", era a vontade que eu tinha de gritar. E olhei pra ele tão de perto... "Fica!"

Eu devia ter dito. Essa sempre é a sensação que fica na minha boca quando nos encontramos. Eu devia ter dito, eu devia ter abraçado por mais tempo, eu devia ter me oferecido mais, eu devia...! Mas não fiz. Nunca faço. Só fico esperando, esperando, esperando. As usual.

Tenho duas sensações estranhas quando estou com ele. Uma é que estou andando em campo minado. Sinto como se estivesse sempre nas pontas dos pés, me equilibrando pra não cair, me policiando pra parecer blasé (tudo mentira). A outra é mais uma certeza. Não posso tentar segurá-lo. Quanto mais eu tento mantê-lo perto de mim, mais ele escapa. É como segurar um sabonete molhado: ele me sai pelos vãos dos dedos.

"Espera", diz meu querido irmão. "Ele vai vir, você tá agindo certo, tá com postura". Mas até quando?

E aí, nessa hora, por mais que eu não queira, vem na minha cabeça a voz da consciência, do meu grilo falante, a voz que me condena, me olha com superioridade, aquela que me faz sentir a garotinha de sete anos sentadinha no banco gelado da escola esperando minha mãe: a minha voz. Que também é a voz de uma outra eu, fria, dura, com um dedo acusador sempre apontando pro meu nariz.

"Com tanta mulher bonita no pé dele, pra que é que ele vai querer algo com VOCÊ?"

E eu acredito. Até encontrar com ele. Daí ele vem com os elogios, com o sorriso, eu vejo um brilho de admiração nos olhos, sinto como ele fica confortável perto de mim. Daí acredito nele. Aí volto a acreditar em mim. E vou oscilando.

Uma hora sou aquela menininha, em outra sou uma mulher, que entende a realidade dele e que sabe que as coisas não acontecerão da maneira que eu quero, só por que eu quero. E entende o quanto ele pode me dar. Aí oscilo de novo, volto a ser a garotinha, quero colo, tudo o que quero é ligar e pedir "Vem, me pega no colo, me abraça, eu preciso de você".

Normalmente a menina aparece depois que nos vemos. Por que sempre saio de perto dele com o sentimento que ficou faltando algo. E ficou! Aí fico borocochô por um dia, até que a mulher chega de volta, sufoca a criança e toma a rédea da situação.

Juro, só não sei quanto tempo mais vou aguentar. Eu estava em paz, calminha, e ele vem tirar meu sossego?? Não dá.

Viu, seu moço? Eu te quero agora. Já. Não dá mais pra esperar.

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