Mais uma madrugada insone. Transbordando de ideias e sentimentos, ela se se sentou à mesa, com o som ligado baixinho, para tentar traduzi-los em mais uma daquelas cartas que não se cansava de escrever.
"Eu queria te dizer tantas coisas.
Queria muito te falar que vejo a tristeza em teus olhos
mas sei que esta dor vai passar. Eu já estive aí, no teu lugar.
Hoje parece uma fratura exposta. Uma doença incurável.
Parece que tu não vais sobreviver.
É como se a ausência dessa mulher fosse a falta de um membro teu, um braço, uma perna que se foi.
Eu sei.
Mas não é interminável, meu querido, te prometo. Não é. Vai passar.
A cada dia tu pensarás menos. A cada manhã tu te perguntarás menos aonde foi que errastes.
Um dia, vais ouvir uma música e não pensarás nela, naquela tanto te fez sofrer.
Pelo contrário, tu sorrirás.
Neste dia, saberás que teu coração se abriu e que estás pronto para amar novamente.
Quero tanto te mostrar que tu és um homem admirável,
que não é apenas por tua beleza que me atraio por ti,
mas por tudo que és, em tudo o que te transformas, a cada dia.
És amável, doce e sensível - qualidades raras de se encontrar em um ser humano nos dias atuais.
És dedicado e determinado: não tenho a menor dúvida de que atingirás teus objetivos em breve.
Queria que tu soubesses o quanto admiro tudo isso em ti,
mais do que teu sorriso, teu rosto e todos teus detalhes, que não me canso de olhar
e pelos quais anseio cada vez mais.
Quero te dizer que a cada vez que nos encontramos
fico insegura e não sei como me comportar perto de ti.
Penso em milhares de coisas para te dizer,
quero te fazer sorrir. Quero que te admires comigo,
como eu me admiro contigo. Porque sei que posso ocupar esse espaço em teu peito.
Às vezes, me sinto como adolescente. Não sei como agir, não consigo raciocinar, fico
trêmula e corada, mas sou adulta: respeito teu espaço, teu momento e teu tempo.
Quero te dizer que estarei aqui, como tua amiga e, se quiseres,
como tua confidente.
Tenho certeza de que enquanto estivermos juntos, as horas serão preciosas e leves,
pois meu afeto por ti torna as coisas mais brilhantes e sonoras,
e os dias mais fáceis de serem vividos.
Não me interessam as convenções e o que é certo aos olhos alheios - o que importa
é aproveitar os momentos contigo e ser uma pessoa melhor a teu lado.
Saber que também te tornas melhor junto a mim.
Quem sabe um dia, quando ouvires aquela música, e sorrires;
naquele dia em que saberás que teu coração se abriu e que estás pronto para amar,
tu também me enxergarás como uma mulher que te quer muito,
e me quererás de volta.
Quem sabe neste dia serei também tua amante, além de tua amiga e confidente."
...
Destacou a folha do bloco de notas e leu novamente a carta. Pensou bem, acrescentando a ela um último parágrafo:
"Quero mais que tudo te dizer estas coisas,
mas não posso, não devo, tenho medo de te perder,
não ter mais tua amizade e tuas confidências,
e o tempo que passamos juntos.
Por isso me calo - e escrevo."
...
Com um suspiro, dobrou a folha e guardou a carta na gaveta, junto com tantas outras.
"Eu queria te dizer tantas coisas.
Queria muito te falar que vejo a tristeza em teus olhos
mas sei que esta dor vai passar. Eu já estive aí, no teu lugar.
Hoje parece uma fratura exposta. Uma doença incurável.
Parece que tu não vais sobreviver.
É como se a ausência dessa mulher fosse a falta de um membro teu, um braço, uma perna que se foi.
Eu sei.
Mas não é interminável, meu querido, te prometo. Não é. Vai passar.
A cada dia tu pensarás menos. A cada manhã tu te perguntarás menos aonde foi que errastes.
Um dia, vais ouvir uma música e não pensarás nela, naquela tanto te fez sofrer.
Pelo contrário, tu sorrirás.
Neste dia, saberás que teu coração se abriu e que estás pronto para amar novamente.
Quero tanto te mostrar que tu és um homem admirável,
que não é apenas por tua beleza que me atraio por ti,
mas por tudo que és, em tudo o que te transformas, a cada dia.
És amável, doce e sensível - qualidades raras de se encontrar em um ser humano nos dias atuais.
És dedicado e determinado: não tenho a menor dúvida de que atingirás teus objetivos em breve.
Queria que tu soubesses o quanto admiro tudo isso em ti,
mais do que teu sorriso, teu rosto e todos teus detalhes, que não me canso de olhar
e pelos quais anseio cada vez mais.
Quero te dizer que a cada vez que nos encontramos
fico insegura e não sei como me comportar perto de ti.
Penso em milhares de coisas para te dizer,
quero te fazer sorrir. Quero que te admires comigo,
como eu me admiro contigo. Porque sei que posso ocupar esse espaço em teu peito.
Às vezes, me sinto como adolescente. Não sei como agir, não consigo raciocinar, fico
trêmula e corada, mas sou adulta: respeito teu espaço, teu momento e teu tempo.
Quero te dizer que estarei aqui, como tua amiga e, se quiseres,
como tua confidente.
Tenho certeza de que enquanto estivermos juntos, as horas serão preciosas e leves,
pois meu afeto por ti torna as coisas mais brilhantes e sonoras,
e os dias mais fáceis de serem vividos.
Não me interessam as convenções e o que é certo aos olhos alheios - o que importa
é aproveitar os momentos contigo e ser uma pessoa melhor a teu lado.
Saber que também te tornas melhor junto a mim.
Quem sabe um dia, quando ouvires aquela música, e sorrires;
naquele dia em que saberás que teu coração se abriu e que estás pronto para amar,
tu também me enxergarás como uma mulher que te quer muito,
e me quererás de volta.
Quem sabe neste dia serei também tua amante, além de tua amiga e confidente."
...
Destacou a folha do bloco de notas e leu novamente a carta. Pensou bem, acrescentando a ela um último parágrafo:
"Quero mais que tudo te dizer estas coisas,
mas não posso, não devo, tenho medo de te perder,
não ter mais tua amizade e tuas confidências,
e o tempo que passamos juntos.
Por isso me calo - e escrevo."
...
Com um suspiro, dobrou a folha e guardou a carta na gaveta, junto com tantas outras.
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