Frente fria e alguns pensamentos desconexos

Na noite passada, chegou uma frente fria.

Ventava tanto que eu, inquieta, não conseguia dormir. Peguei o celular. Maldito celular com acesso à net.

É incrível o efeito que um íconezinho em uma tela de pouco mais de 4 polegadas pode ter na gente. Você era uma luz verde no meu app: online. Briguei comigo mesma pra não te chamar.

Não chamei. Virei e desvirei na cama, desperta, insegura, aflita. Ouvindo o vento. Ouvindo meus pensamentos desconexos. Ouvindo as batidas aceleradas do meu coração. Ouvindo a sua voz.

Sua voz, que não desgruda dos meus ouvidos. Seu jeito - inseguro, meigo, doce - que não sai da minha cabeça. Às vezes, acho que você não existe, sabia?

Demorei, mas dormi. Pra sonhar com você. Tô sonhando com você há uns dias, já. Meu amigo querido.

Presta atenção no que acontece à sua volta, moço. Por favor.

Santa internet. Ela, que trouxe você pra mais perto de mim - e tenho sentido tanta falta de conversar. Mas sua luz não acende mais todos os dias. Por onde que você tem andado?

Maldita internet. Por ela que soube de coisas suas que não queria saber. E você nem se tocou que me magoava, né?

Tanta coisa pra dizer. Tanto ensaio. Pra engasgar com tudo na hora em que preciso falar. Pra não ter coragem... que ódio, que ódio. Pior sentimento do mundo, essa frustração.

Antes de ontem, chegou uma frente fria. Eu aqui, esperando você deixar de ser tão desligado. Esperando o frio passar. Esperando sua luz ficar verde.

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