Como quem ouve uma sinfonia

Silêncio.

No meu peito, um turbilhão de sensações.

A gente se encontra e tenho uma sequência certeira de emoções: primeiro, a saudade de sete dias sem te ver grita forte e vai embora com teu abraço; depois, quero encontrar coisas bacanas pra te dizer; aí começo a ficar melancólica porque sei que nosso tempo juntos está acabando; e, por fim, fico com um bolo na garganta na hora de me despedir.

É nessa hora que o silêncio volta.

No meu peito, as sensações se sobrepõem, se atropelam, sobem uma por cima da outra, mas eu não consigo te dizer o que preciso, o que quero.

"Te admiro!"
"Sabia que você é lindo?"
"Gosto tanto do seu jeito..."
"Nunca me atraí por alguém como você."
"Quero você!"

Mas tudo o que sai da minha boca é o silêncio.

Fico quieta, esperando que você escute em minha voz o tanto que te admiro. Querendo muito que você leia em meus olhos todo meu afeto. Torcendo desesperadamente para que você sinta meu coração batendo descompassado quando me abraça.

Mas você é tão inseguro quanto eu. Ficamos os dois quietos, mudos, engolindo as emoções e conversando generalidades. Alimentando uma amizade que é só um escudo para esse silêncio pesado que paira entre nós.

Silêncio.
Nossa atração.
Nossa amizade.

E tudo termina em silêncio.

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