Às claras

Mais uma noite. A quinta ou a sexta. Ou a sétima, não tô conseguindo acompanhar.

Preocupações. Pensamentos irrequietos. A mente que vira, vira, e volta a ele.

Aqueles olhos, que não saem dos meus pensamentos. De súbito, eu os leio tão claramente... e os temores dele transbordam, um atrás do outro, caindo a meus pés.

Eu, impotente, incapaz de aliviar as minhas dores, incapaz de levar alívio a ele. Me frustro, quero abraçá-lo, quero por a mão em seu peito e tirar a dor de lá; quero acariciar suas têmporas e colocar pensamentos melhores lá dentro. Quero beijar suas pálpebras e, como magia, fazer que ele se enxergue como eu o vejo.

Mas não tenho esse poder.

Porque tenho as minhas dores e inseguranças para cuidar. Porque, no fundo, sei que ele, e só ele, tem o poder de se consertar.

Ah, mas como dói ver aquela sombra escurecendo o brilho dos olhos dele. Como dói.

Me preocupo. Não durmo, penso, penso, penso: e lá vou eu para mais uma noite.

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