Perdi.
Perdi o ar, o chão, o rumo.
Perdi a vontade, o riso, as cores.
O canto, a poesia, um pouco da saúde.
Perdi peso, o apetite e o sabor.
O sorriso. A vontade de conversar. De (tentar) tocar violão.
Perdi o jogo, perdi o timing.
Tem horas que penso que perdi a lucidez.
Outras, que preciso perder um pouco desta lógica cartesiana que aprendi com ele.
Fiz planos, e de alguma maneira os perdi.
Sonhei igual adolescente, e eles, os sonhos, me escaparam pelas mãos.
Perdi meu otimismo, tão inato.
Perdi o homem que eu sabia que nunca havia tido.
E para minha absoluta tristeza, num único golpe, também perdi o amigo que achei que ele sempre tinha sido.
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