Eu & meus pensamentos desconexos #3


Sei lá. Frio não me deixa pensar racionalmente.

E existe pensamento emocional? Pensamento não deveria, por natureza, ser racional? Mas desde quando, em qual dia da sua vida, Tassia Tatiana, você foi racional?

Aham. Você sabe a resposta, amigo leitor. Ene-u-ene-cê-a: nunca, nunquinha.

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Todo dia eu tenho acordado sem passar pelo despertar. Explico: num segundo tô dormindo e, no outro, completamente acordada. Como se despencasse direto do sonho pro desperto: tum - é horrível.

Mas ainda assim rezo pra Deus, antes de abrir meus olhos: cuida dele por mim, porque ele é largado, é desligado de si, e não se cuida. Faz pelo menos ele pilotar direito, vai, Deus. Ele não tem ideia do quanto eu fico apavorada com essas brincadeiras bestas que ele faz.

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Das coisas que me tiram do sério #1: gente intolerante, selfies no espelho do banheiro, com o vaso aparecendo, e mensagens visualizadas e ignoradas. Ugh.

Das coisas que me tiram do sério #2: o combo barba, cachinhos & covinhas, homens bem-humorados... e aquelas mãos. É, ainda. Perco a cabeça. Afe.

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Às vezes, eu acho que ele curte estar perto de mim. Outras, acho que ele curte mesmo é me irritar. Eu, tonta, me irrito (muito). Mas aí ele me olha com aqueles olhos imensos, escuros, que me sorriem e me instigam e me dizem coisas que sua boca não me diz. E me sorri seu sorriso largo, e de repente eu nem sei mais quem sou.

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Aprenda, baby: eu não vou contar uma mentira só pra ganhar o seu afeto. De mim, você sempre ouvirá a verdade. Sempre. Do meu jeitinho, delicadamente, mas a verdade e só ela.

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Eu tomo minhas decisões, anoto minhas intenções, faço promessas pro santo. Tudo lindo. Até tocar uma música bonita (ou romântica, ou triste, ou tudo isso junto) no rádio e eu jogar tudo que resolvi pra cima.

Sabe aquela "depois de você, os outros são os outros, e só..."?

Pois é. São só os outros, baby. :/

Santo Expedito não curtiu isso, eu aposto. Tamo junto, Dito, eu também não curti. Explica isso pros meus sentimentos, meu santo, explica? #comofaz?

"Peço tanto a Deus

Para esquecer
Mas só de pedir me lembro"


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Ah, leãozinho, o tanto que eu gosto de te ver. O tanto que eu gosto de falar com você. O tanto que eu gosto de ouvir sua risada.
Tanto, tanto.

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Li uma frase outro dia: "...e, no meu peito, uma cratera onde caberia um prédio" e fiquei matutando. Sabe, queria falar pra ele que no meu peito não tem mais este rombo imenso. Porque sei que ele se preocupa quando vê uma sombra de tristeza em meus olhos.

Mas não consigo dizer pra ele, porque dói, ainda. Dói de um jeito estranho: é um doer surdo, inaudível, quase besta. É aquela dor nostálgica que fisga por alguém que se foi. Por algo que não se consumou. É o sorriso amarelo perto de um casal apaixonado; são as lágrimas, que ainda insistem em vir, nos momentos inesperados.

É quando chego perto dele e tenho tanta vontade de abraçá-lo que quase não consigo me mexer. Nestas horas, dói.

É justamente na minha distração que choro. Quando tô sozinha dentro do carro, quando quero contar uma bobagem minha pra ele, quando passo no Ibirapuera, às quartas, e tem sol. Putz, dói. Me tira o brilho. Apaga meu sorriso e faz as lágrimas brotarem.

É um vazio dele. Uma distância que ele, bicho teimoso e cabeça dura, insiste em alimentar com seus abraços frouxos, com seus 'idens' e seus 'Tassias' (cadê o Tassinha, minha gente, cadê?). Como se ele fizesse questão de me magoar pra ver se me afasto.

É um vazio que não se consome em si, que não morre de inanição. Porque ele continua sendo meu amigo querido, porque me conta suas coisas. Porque às vezes ele se esquece de manter distância, e lá estamos nós, perdidos de novo um no outro. Porque torço tanto por ele, e queria muito ter o poder de resolver seus medos e aliviar suas tormentas.

Porque não consegui deixar de gostar dele. Não tenho um botão de OFF.

Simples, bem simples. Gosto e pronto.

*

Tenho conhecido algumas pessoas novas, e só o que elas me fazem pensar é o quanto não me encaixo no "padrão".

Posso falar? Acho ótimo não me encaixar. Não quero ser mais uma que tira foto fazendo biquinho. Não quero ir pra academia ficar com a barriga rasgada e a bunda dura. Não quero ser conquistada com um carro bonito ou roupas de marca ou joias ou fotos de viagens a Paris. Não quero, não quero.

Meus prazeres são outros. Meus tesões, também. E passam longe de tanto materialismo. Não foi à toa que me encantei por um homem tão pouco convencional (e só pra esclarecer, caso você esteja lendo, querido, isto é um elogio, tá?).

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Acho que se eu tivesse mais paciência, e fosse mais nova, e mais corajosa, eu mudaria de profissão. E de vida. E, provavelmente, de lugar no mundo.

Mas sou eu, né. Eu não tenho coragem de dizer "olha, seu cartão de aniversário tá lá no meu blog, você leu, amor?".

Vou lá ter coragem de mudar a vida assim?

Tem horas que ela, a vida, me deixa sem fôlego. Eu não respiro, sério. O coração vira um bicho desenfreado, doido, e entope minha garganta. Fecho os olhos, respiro. O bicho vai voltando a ser só coração.

"Só" coração. Piada. Meu coração nunca vai ser "apenas". Acho que este é meu problema: um coração maior que eu, imenso, indomável, nas mãos de uma covarde.

Um desperdício de alma, vontades e amores. Eu.

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Se você acordasse amanhã, e descobrisse que este seria o último dia de sua vida, o que faria? Como e com quem passaria estes últimos momentos?

Amanhã - longe e perto. Amanhã, o repositório das coisas e tarefas e falas eternamente adiadas. Beijos, abraços, carinhos e risadas, tudo deixado pra depois. Planejamos tanto, e pode ser que amanhã nunca chegue.

*

Esta madrugada está ventosa e anuncia um dia bem frio. Um dia sem sol. Tal qual os girassóis, eu murcho, fico sem forças quando não há sol.

Um último pensamento, antes de dormir (mas este, absolutamente coerente):
Por que dizer "te amo" é tão difícil?

Declaro aberta a temporada de respostas filosóficas. Digam aí, vocês que são melhores que eu.

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