*aprenda a dizer 'sim'
Um amigo - sim, moço, você não quer, mas já é meu amigo - fez uma delicadeza sem tamanho e contabilizou as palavras que mais aparecem aqui no blog. Como se assim pudesse entender um pouco mais minha essência.
"Barba", segundo ele, apareceu sete vezes (significa?!); e, para minha absoluta descrença, uma das palavras que mais aparece nos meus textos é "não".
"Menina", me escreveu ele, em seu delicioso sotaque lusitano, "precisas aprender a dizer mais 'sim'".
Tá. Em sua homenagem, meu amigo... Um exercício, um convite, um pedido, ainda pra pessoa mais teimosa, cartesiana e pragmática que já conheci.
***
Eu te disse sim, meu lindo.
Aos poucos, em doses homeopáticas. Disse sim pra tua presença, antes ignorada; disse 'seja bem vinda' para a tua amizade.
Disse sim e acolhi, com prazer, nossas longas conversas e as tantas coisas que me disseste. Tuas mágoas, que insistes em carregar; tuas relações familiares e as muitas dores que elas te causam; tuas inseguranças e insatisfações.
Gritei 'sim, venha!' quando percebi que a admiração que nutro por ti crescia. Me atirei, sem medo, ao precipício, mesmo sabendo que te admirar ia virar afeto. E virou.
Sim, sim, pra tuas mãos, que me deixam doida, sim, pros teus olhos, que me consomem, sim, sim, sim, pra tua risada, que me encanta.
Disse sim até ao perdão... Fechei a porta quando a mágoa das coisas que me disseste veio ter comigo. Desta forma, meu afeto ficou ali: protegido, intacto, preservado.
Enfrentei todos meus pré-conceitos por ti. De ser mais velha, de te incomodar, de ser indigna de alguém tão especial. Disse sim a mim mesma e tentei aparentar calma e autoconfiança... vã ilusão. Tu me decifras, sempre: a mim, aos meus medos e às minhas inseguranças. E os expõe a mim, sem pudor, com teu sorriso largo e irônico, quase como se me implorasse "vai, deixa de me gostar, deixa".
Disse sim para teus anseios, tuas decisões, teus projetos. E, mesmo sem concordar, me pus ali, ao teu lado... Angustiada por não poder fazer mais. Te respeito, te apoio, torço tremendamente por ti.
Agora... agora me pedes pra sorrir e dizer "sim, meu lindo" mais uma vez, enquanto me dás as costas e ameaças ir embora pra sempre. Só Deus e meu coração (e, talvez, a tua mãe) sabem o quanto eu tive de aguentar firme, ali, de olhos marejados, para evitar chorar de verdade na tua frente.
Desculpa, meu amor. Este "sim", pra mim, será impossível de te dizer.
Fica.
Um amigo - sim, moço, você não quer, mas já é meu amigo - fez uma delicadeza sem tamanho e contabilizou as palavras que mais aparecem aqui no blog. Como se assim pudesse entender um pouco mais minha essência.
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| Cortesia do querido Pedro. Quanto maior a palavra, mais ela aparece aqui. |
"Barba", segundo ele, apareceu sete vezes (significa?!); e, para minha absoluta descrença, uma das palavras que mais aparece nos meus textos é "não".
"Menina", me escreveu ele, em seu delicioso sotaque lusitano, "precisas aprender a dizer mais 'sim'".
Tá. Em sua homenagem, meu amigo... Um exercício, um convite, um pedido, ainda pra pessoa mais teimosa, cartesiana e pragmática que já conheci.
***
Eu te disse sim, meu lindo.
Aos poucos, em doses homeopáticas. Disse sim pra tua presença, antes ignorada; disse 'seja bem vinda' para a tua amizade.
Disse sim e acolhi, com prazer, nossas longas conversas e as tantas coisas que me disseste. Tuas mágoas, que insistes em carregar; tuas relações familiares e as muitas dores que elas te causam; tuas inseguranças e insatisfações.
Gritei 'sim, venha!' quando percebi que a admiração que nutro por ti crescia. Me atirei, sem medo, ao precipício, mesmo sabendo que te admirar ia virar afeto. E virou.
Sim, sim, pra tuas mãos, que me deixam doida, sim, pros teus olhos, que me consomem, sim, sim, sim, pra tua risada, que me encanta.
Disse sim até ao perdão... Fechei a porta quando a mágoa das coisas que me disseste veio ter comigo. Desta forma, meu afeto ficou ali: protegido, intacto, preservado.
Enfrentei todos meus pré-conceitos por ti. De ser mais velha, de te incomodar, de ser indigna de alguém tão especial. Disse sim a mim mesma e tentei aparentar calma e autoconfiança... vã ilusão. Tu me decifras, sempre: a mim, aos meus medos e às minhas inseguranças. E os expõe a mim, sem pudor, com teu sorriso largo e irônico, quase como se me implorasse "vai, deixa de me gostar, deixa".
Disse sim para teus anseios, tuas decisões, teus projetos. E, mesmo sem concordar, me pus ali, ao teu lado... Angustiada por não poder fazer mais. Te respeito, te apoio, torço tremendamente por ti.
Agora... agora me pedes pra sorrir e dizer "sim, meu lindo" mais uma vez, enquanto me dás as costas e ameaças ir embora pra sempre. Só Deus e meu coração (e, talvez, a tua mãe) sabem o quanto eu tive de aguentar firme, ali, de olhos marejados, para evitar chorar de verdade na tua frente.
Desculpa, meu amor. Este "sim", pra mim, será impossível de te dizer.
Fica.
"Wish I knew the way to reach the one I love
There is no way ...
Wish I had the charm to attract the one I love
But you see, I've got no charm"
adorei o post, adorei a idéia de dizer mais sim e adorei mais e muito o contador de palavras <3
ResponderExcluirMenina, quando uma porta se fecha outra *sempre* se abre. Apenas precisas de descobrir qual foi :-) Por vezes o som mais doce é o da porta a bater...
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