Vem, querido. Me dá tua mão... caminha um pouco comigo.
Vês aquele espelho? É, aquele, logo ali, adiante. Eu o forjei com o brilho do teu olhar. Dei-lhe polimento com o brilho do teu sorriso, meu amor. Emoldurei-o com nossa amizade e as conversas, tão infinitas, que tivemos.
Aproxima-te. O que vês?
Vou te contar o que eu vejo. Quer dizer, não posso contar tudo, lindo. Alguém, muito especial, que me quer bem e, por puro afeto, me vê bela, pediu que não falasse mal de mim mesma neste texto.
Um pedido tão delicado e tão gentil, que me foi impossível negar. Além do mais, prometi a ele que diria menos "nãos", mas puxa, mal sabe ele que trabalho hercúleo este texto me deu; que dificuldade, olhar neste pedaço de vidro e não me criticar.
[Tem algo que tu e ele me dizem sempre: "ah, são os teus olhos". Estes olhos têm, sim, filtros especiais que enxergam a ti (e a ele, também, cada vez mais) com afeto, com respeito, com admiração e com carinho. Com as minhas cores, os meus aromas e os meus sabores. Só que ambos têm qualidades imensas - e elas, meus filtros não podem criar (ah, sim, tenho certeza).]
Agora, parada aqui, tento organizar minhas idéias, me despir destes temores e, no espelho, no teu espelho, enxergar a mim com delicadeza.
Meus olhos. Eles, que já choraram tanto por ti, hoje têm um brilho diferente. Tu reparastes, eu sei. Já não são tão ingênuos, já não aceitam absolutamente tudo que se lhes é imposto... fitam o horizonte, com altivez e leveza.
Veja aqui, eles são minha janela: ainda dá pra enxergar minha alma neles. Não, amor, eu não acho que isso seja defeito! É só que creio na verdade, sempre, acima de tudo. Mesmo que isto me rasgue em duas, tu bem o sabes.
Quero que os outros vejam, em meus olhos, o amor transbordando. Porque acredito nele, em sua força de transformação do indivíduo e do mundo. Porque - depois de crescida - resolvi ser meu maior e verdadeiro amor.
Espero que tu entendas.
Olhe aqui no espelho, meu bem. Estás vendo aquela estrelinha ali no canto do meu olhar? Não, não é por tua causa. Poderia ser, eu queria muito que fosse, mas não é. Esta estrela é o reflexo da minha alegria, renovada, enorme, inspiradora, de viver. De me sentir verdadeiramente mulher, realmente desejada e com ganas de arriscar, de gritar, de rir e de gozar a vida.
Estou aqui e continuo te esperando. Mas não mais te esperarei, amor, esperando. Agora, eu te esperarei... vivendo. E, se me quiseres, terás de me acompanhar. Pois meus olhos já não miram mais - apenas - em tua direção.
Estes olhos, agora, se voltaram mais para dentro de mim e já não mergulham nem se perdem tanto no poço escuro dos teus.
Espero que me entendas: preciso viver, baby.
Vem aqui, querido. Me ajuda a cobrir o espelho.
Me dá um abraço apertado e um beijo demorado. Se cuida, e vem sempre que precisares... Sempre. Estarei aqui por ti. E por mim, claro.
Vivendo.
Vês aquele espelho? É, aquele, logo ali, adiante. Eu o forjei com o brilho do teu olhar. Dei-lhe polimento com o brilho do teu sorriso, meu amor. Emoldurei-o com nossa amizade e as conversas, tão infinitas, que tivemos.
Aproxima-te. O que vês?
Vou te contar o que eu vejo. Quer dizer, não posso contar tudo, lindo. Alguém, muito especial, que me quer bem e, por puro afeto, me vê bela, pediu que não falasse mal de mim mesma neste texto.
Um pedido tão delicado e tão gentil, que me foi impossível negar. Além do mais, prometi a ele que diria menos "nãos", mas puxa, mal sabe ele que trabalho hercúleo este texto me deu; que dificuldade, olhar neste pedaço de vidro e não me criticar.
[Tem algo que tu e ele me dizem sempre: "ah, são os teus olhos". Estes olhos têm, sim, filtros especiais que enxergam a ti (e a ele, também, cada vez mais) com afeto, com respeito, com admiração e com carinho. Com as minhas cores, os meus aromas e os meus sabores. Só que ambos têm qualidades imensas - e elas, meus filtros não podem criar (ah, sim, tenho certeza).]
Agora, parada aqui, tento organizar minhas idéias, me despir destes temores e, no espelho, no teu espelho, enxergar a mim com delicadeza.
Meus olhos. Eles, que já choraram tanto por ti, hoje têm um brilho diferente. Tu reparastes, eu sei. Já não são tão ingênuos, já não aceitam absolutamente tudo que se lhes é imposto... fitam o horizonte, com altivez e leveza.
Veja aqui, eles são minha janela: ainda dá pra enxergar minha alma neles. Não, amor, eu não acho que isso seja defeito! É só que creio na verdade, sempre, acima de tudo. Mesmo que isto me rasgue em duas, tu bem o sabes.
Quero que os outros vejam, em meus olhos, o amor transbordando. Porque acredito nele, em sua força de transformação do indivíduo e do mundo. Porque - depois de crescida - resolvi ser meu maior e verdadeiro amor.
Espero que tu entendas.
Olhe aqui no espelho, meu bem. Estás vendo aquela estrelinha ali no canto do meu olhar? Não, não é por tua causa. Poderia ser, eu queria muito que fosse, mas não é. Esta estrela é o reflexo da minha alegria, renovada, enorme, inspiradora, de viver. De me sentir verdadeiramente mulher, realmente desejada e com ganas de arriscar, de gritar, de rir e de gozar a vida.
Estou aqui e continuo te esperando. Mas não mais te esperarei, amor, esperando. Agora, eu te esperarei... vivendo. E, se me quiseres, terás de me acompanhar. Pois meus olhos já não miram mais - apenas - em tua direção.
Estes olhos, agora, se voltaram mais para dentro de mim e já não mergulham nem se perdem tanto no poço escuro dos teus.
Espero que me entendas: preciso viver, baby.
Vem aqui, querido. Me ajuda a cobrir o espelho.
Me dá um abraço apertado e um beijo demorado. Se cuida, e vem sempre que precisares... Sempre. Estarei aqui por ti. E por mim, claro.
Vivendo.
"Eu quero olhar as luzes que teus olhos não me têm deixado ver. Agora, eu vou viver."
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