Hoje vai ter lua azul no céu, amor.
Este será o primeiro final de semana do ano em que eu não te verei. Cada pedacinho de mim grita, esperneia, porque ainda te sabe. Porque ainda te quer e te espera, mas já não pode mais.
Hoje vai ter lua cheia, azul, redonda e de amantes. E eu não quero ver. Porque já não tenho espaço dentro de mim para sentir ainda mais a tua ausência. Porque olhar a lua vai me fazer querer tua mão, tão delicada, no meu cabelo.
Porque ainda quero ouvir "meu bem", baixinho, sussurrado, no ouvido. Sentir teu corpo se relaxar de encontro ao meu, tua barba arranhando minha pele.
Ver a lua só vai me fazer querer perguntar - de novo, pela milionésima vez - o motivo. Pois é, amor, sou dessas que não para de pensar, mas disso já sabias. Não te surpreendi, vai.
Mas não quero. Porque te respeito e te aceito. Mesmo que não estejas mais aqui, mesmo que tenhas partido. Mesmo que tu não tenhas nos escolhido.
Não vou ver a lua. Porque te sei e estás em mim. E já não (te) posso mais.
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