Sou uma colcha de retalhos.
Fui literalmente retalhada quando sofri um atropelamento aos 11 anos. Quebrei dente, osso, ralei a cara no asfalto e tomei muitos, muitos pontos. Mas o que mais se estragou foi a minha confiança. Passei anos com medo de sair na rua. Até hoje tenho dificuldade para atravessar, principalmente se for entre os carros. Tenho verdadeiro pavor.
Passei grande parte da minha vida com raiva do espelho. Aliás, tenho raiva até hoje. E, por favor, não gostaria de discutir isso com você.
Tenho medo de muita coisa. Até já fiz um post sobre isso.
Desde que me conheço por gente, tenho a sensação de que não pertenço aos lugares. Não consigo fazer parte de turmas, não me sinto confortável em meio a pessoas, mesmo as conhecidas. Mas, pra não parecer um bicho do mato, aprendi a me colocar, a me impor, a tentar me enturmar... e parece que tenho sido bem sucedida, pois poucas pessoas acreditam quando falo disso.
Faz um certo tempo que me acostumei com a ideia de que não teria ninguém na minha vida. Não que eu não quisesse, mas não conseguia enxergar como poderia ter alguém.
Essa colcha sou eu. Ela nunca foi muito bonita, não é lá tão caprichada, mas sou eu.
Agora tenho percebido que posso melhorar alguns retalhos. E que a responsável pela linha, pela costura entre eles e pelo arremate sou eu.
Tenho sido obrigada a fazer alguns ajustes, e dar o braço a torcer, e ser mais flexível, principalmente no que diz respeito à maneira como os outros me enxergam. Na ânsia de ser durona, na angústia de parecer melhor, criei um personagem: incrementei a colcha, me escondi atrás dela. E poucos podem ver como sou de verdade.
Fui literalmente retalhada quando sofri um atropelamento aos 11 anos. Quebrei dente, osso, ralei a cara no asfalto e tomei muitos, muitos pontos. Mas o que mais se estragou foi a minha confiança. Passei anos com medo de sair na rua. Até hoje tenho dificuldade para atravessar, principalmente se for entre os carros. Tenho verdadeiro pavor.
Passei grande parte da minha vida com raiva do espelho. Aliás, tenho raiva até hoje. E, por favor, não gostaria de discutir isso com você.
Tenho medo de muita coisa. Até já fiz um post sobre isso.
Desde que me conheço por gente, tenho a sensação de que não pertenço aos lugares. Não consigo fazer parte de turmas, não me sinto confortável em meio a pessoas, mesmo as conhecidas. Mas, pra não parecer um bicho do mato, aprendi a me colocar, a me impor, a tentar me enturmar... e parece que tenho sido bem sucedida, pois poucas pessoas acreditam quando falo disso.
Faz um certo tempo que me acostumei com a ideia de que não teria ninguém na minha vida. Não que eu não quisesse, mas não conseguia enxergar como poderia ter alguém.
Essa colcha sou eu. Ela nunca foi muito bonita, não é lá tão caprichada, mas sou eu.
Agora tenho percebido que posso melhorar alguns retalhos. E que a responsável pela linha, pela costura entre eles e pelo arremate sou eu.
Tenho sido obrigada a fazer alguns ajustes, e dar o braço a torcer, e ser mais flexível, principalmente no que diz respeito à maneira como os outros me enxergam. Na ânsia de ser durona, na angústia de parecer melhor, criei um personagem: incrementei a colcha, me escondi atrás dela. E poucos podem ver como sou de verdade.
A cada vez que tenho maior consciência disso, mais desmancho os pontos falsos do trabalho. Cada vez que tiro um retalho mal colocado, mais tenho a certeza de que não posso ficar me escondendo. Tenho percebido que a ousadia também é pra mim e que posso arriscar mais.
Vou tirando coragem de cada pedacinho desse tecido pra tocar a vida. Minha colcha está ficando mais colorida, mais caprichada. E eu, mais tranquila e um pouco mais feliz.
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