Número 200

Esse é o texto número 200 do blog, entre os publicados e aqueles que guardo apenas para mim (é, por incrível que pareça, eu guardo textos só pra mim).

Já contei aqui, infinitas vezes, que escrevo desde que me conheço por gente. Comecei inventando historinhas na minha cabeça, depois preenchendo cadernos e criando arquivos que só eu lia pra, há quase quatro anos, arriscar criar este blog.

Assim, meio sem pretensão, meio sem saber se alguém leria. E leram. São quase 6900 visualizações, divulgando apenas para os amigos. É algo de que me admiro e me orgulho muito, porque nunca acreditei que alguém perderia tempo comigo.

Esse post deveria ser animado. Deveria agradecer a você, que vem aqui me ler sempre, que clica, curte e compartilha meus sentimentos, meus desafogos, minhas entranhas expostas. Deveria, mas será agridoce.

***

Estes, amigos, são tempos de (muitas) lágrimas; dias de pensar e repensar tudo o que foi dito; momentos de breves e importantes questionamentos; e sono, muito sono. Só pra acordar e começar tudo de novo.

Por um acontecimento triste, tive uma breve amostra do que será daqui pra frente: uma vontade desmedida de estar perto, de abraçar e consolar. Uma urgência de segurar as mãos e olhá-lo nos olhos. "Mas não posso", pensei.

Acho que isso é o que se chama "crescer": pesar as consequências de atos e palavras. "Que se dane", pensei, logo em seguida. Gosto e me preocupo: às favas com minhas dores. Meu ombro estará sempre aqui. Sempre. Simplesmente porque meu afeto ainda está em mim, não desligou, e não vou negar consolo a quem quero tão bem.

Tudo se mistura. Falta humor, falta sabor, falta cor. Rio sem vontade. Canto, e pela primeira vez não me sinto feliz. A perspectiva do que virá me angustia. Como serão as coisas, agora?

Adoeci. Melhorei um pouco.

Os dias se sucedem e a dor, que era tão aguda em meu peito, já acalmou um pouquinho. Um dia depois do outro, a passos lentos de tartaruga.

Fechei uma porta. Aliás, tranquei-a. Ao mesmo tempo, o sol não me deixa desistir. Minha mãe não me deixa desistir e segura minha mão. As crianças que tanto amo - Poli, as gêmeas, Teteu - uma depois da outra, não me deixam desistir, procurando meu abraço, meu carinho, meu colo.

Meu colo. Meus braços. Aqueles, que sempre terão um espaço especial guardado para ele, agora se ocupam de outras coisas.

E de mim. Preciso me ocupar de mim. É por isso que escrevo tanto. É um exercício de conhecimento, de consciência, de meter o dedo onde dói, pra tirar de lá o pior, trabalhá-lo, modificá-lo, processá-lo, até que "isso", "essa coisa" se transforme em algo palatável, legível e compreensível. Aí vira post.

Eventualmente, consigo publicar aqui o melhor de mim. Pra eu ler. Pra ele ler.

E pra VOCÊ ler, claro. Por sua paciência, companhia, sorrisos, sentimentos compartilhados... sou infinitamente agradecida.

Obrigada! :)

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