"Quando eu soltar a minha voz
Por favor entenda
Que palavra por palavra
Eis aqui uma pessoa se entregando
Coração na boca
Peito aberto
Vou sangrando"
__Gonzaguinha, "Sangrando" (1976).
Sangro.
Por infinitas vezes na última noite, rememorei momentos, conversas, palavras e gestos.
Li todos meus textos.
Não dormi: a cabeça, normalmente inquieta, tem um vazio, um oco. No fundo do meu cérebro, um luminoso pisca: onde foi que errei?
Sangro. Choro.
"O problema não é com você." De quem é esse maldito problema, então, se no final das contas a única que sofre - sozinha - nessa brincadeira sou eu?
É. Eu não sei brincar. Eu não sei a regra do jogo. E continuo descendo pro play. Só pode dar problema, Tassinha, não reclama.
Sangro. Choro.
Ainda não sei de que jeito vou continuar. Não sei.
Mesmo assim, envergonhada, embaraçada, devastada... não tenho um grama de arrependimento. Nunca terei.
Considerei seriamente a possibilidade de tirar todos os textos do blog e meu perfil do facebook do ar.
Mas esta pessoa - covarde, infantil, fujona - não sou eu. Eu fico, e enfrento, mesmo sangrando.
Se não me arrependo, não posso me calar. Se só tenho ternura por ele, um dia esse choro vai acabar. Não tentarei ser alguém que não sou em nome de conveniências. A cabeça não se abaixa, mesmo que os olhos não parem de chorar.
Tudo vai ficar como está: textos no blog, perfil no facebook.
E eu, sem querer brincar mais disso, continuo sangrando a ausência dele.
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