Uma questão de...

"Basta amar para escolher bem;
o diabo que fosse era sempre boa escolha."
__ Machado de Assis, "Memorial de Aires".


Eu escolhi.

Escolhi não mais andar no escuro, não chorar de tristeza. Escolhi deixar pra lá essa coisa de gostar sozinha de alguém.

Eu escolhi.

Escolhi te olhar nos olhos, me deixar cativar pelo teu sorriso e teu jeito meio esquisito e metódico, mas tão doce e encantador de ser.

Escolhi sorrir de volta.

Eu escolhi.

Respeitar teu espaço, aceitar teu tempo e esperar por ti. Escolhi guardar dentro de mim meus sentimentos, minhas angústias e ansiedades, e deixar as coisas caminharem. "Ele vai ceder", pensei eu. Ingênua. Burra.

Eu escolhi: compartilhar meus segredos, abrir meu coração e minha alma, como (quase) nunca havia feito com outra pessoa. Escolhi ficar em paz e ser feliz ao teu lado.

Eu escolhi a ti, amor. Fiz uma aposta alta e, como diz aquela música da Marisa, "no meio de tanta gente, encontrei você". E, nossa, como foi bom te encontrar.

Decidi te amar. Te escolhi, somente a ti.

A infelicidade, ou azar, ou falta de jeito, ou conspiração do destino - chama do que quiseres, meu bem - é que consideras o amor um negócio místico, estranho, quase sobrenatural. E, na tua cabeça, amar nunca foi questão de escolher.

Pena.

Pena que escolhemos caminhos tão distintos.

Eu, transbordando de tanto amor, esticando as mãos e não conseguindo tocar teu coração.

Tu, sem querer amar de volta, fechaste a porta na minha cara, escolhendo outra em meu lugar...

...a solidão.

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