An aching heart

Dói.

São quatro da manhã, e tudo dói.

O corpo dói e não há remédio que chegue. Não consigo dormir.

Meu peito dói, tanto que mal posso inspirar. Há um oco, um vazio que ninguém consegue preencher.

Esperar por alguém que não vem, nunca virá. Alguém que nunca quis como eu. Que prefere a solidão a mim. 

Não há lágrimas que lavem essa dor. Não há como me livrar dessa culpa. Que me pesa, me sufoca, me arrasa.

Fui pesada, medida, julgada. Virei a manhosa, a mimada. Fui colocada num lugar que nunca quis. Nunca quis um príncipe, nunca quis alguém que me salvasse. Mesmo assim ele me colocou lá.

Eu só quis que ele visse, em meus olhos, o amor. Que ele sentisse, em meu toque, o tamanho de meu sentimento. Que meu pedido - "fica, amor" - fosse ouvido.

Mas nada, nada disso foi capaz de o comover. Nada o convenceu de não me dar as costas e me abandonar.

Eu e minhas lágrimas. Eu e minha dor.

Eu. Sozinha.

E não há o que fazer, não há remédio que chegue, não há lágrima que lave, não há o que preencha esse vazio em mim.

Eu, só. Só eu.

Comentários